COSTURANDO DIA 17
Nos campos da linguagem errante, Recolho os silêncios dispersos, Teço com fios de sombra e vertigem Os gestos indecisos do verso. Cada palavra – ovelha dócil e selvagem – Pasta nos prados da ausência, Rumina metáforas, deixa rastros De um alfabeto sem evidência. Pastoreio signos im_prescindíveis Conduzo rebanhos de sons invisíveis, Meus dedos – bastões de in_certeza – Traçam mapas de mundos em correnteza. A linguagem – deserto movente – Onde as palavras se perdem e se encontram, Onde o poema é apenas um gesto Que os sentidos contornam e destronam. Sou pastora de ecos e vazios, Teço o indizível com fúria serena, Cada verso – um animal selvagem Que escapa a minha efêmera quarentena.
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