TARDE DEMAIS (POEMA DE FLORBELA ESPANCA COM RÉPLICA DE MARILÂNDIA
TARDE DEMAIS (POEMA DE FLORBELA ESPANCA COM RÉPLICA DE MARILÂNDIA Quando chegaste enfim, para te ver Abriu-se a noite em mágico luar; E para o som de teus passos conhecer Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar... Chegaste, enfim! Milagre de endoidar! Viu-se nessa hora o que não pode ser: Em plena noite, a noite iluminar E as pedras do caminho florescer! Beijando a areia de oiro dos desertos Procurara-te em vão! Braços abertos, Pés nus, olhos a rir, a boca em flor! E há cem anos que eu era nova e linda!... E a minha boca morta grita ainda: Por que chegaste tarde, ó meu Amor! Florbela Espanca RÉPLICA DE MARILÂNDIA Encontro Tardio Quando enfim te encontrei em meu caminho Já os astros haviam se apagado; O céu que antes brilhava, tão sozinho, Chorava o tempo em vão desperdiçado. Chegaste quando o pranto derramado Marcara em mim mais fundo que um espinho; Quando o jardim da vida, já murchado, Perdera todo encanto e todo alinho. Busquei-te em mil auroras des_veladas, Nas promessas de estrelas encantadas, Nos sonhos onde o tempo não tem fim. E agora que meus dias são outono, Desperta em mim um doloroso tom: Por que tardaste tanto a vir a mim? Marilândia
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