As Duas Faces do Homem
As Duas Faces do Homem Sob o céu infinito que contempla silente, o homem caminha com seus passos duplos, como a lua que mostra e esconde sua face, como o mar que acaricia e depois devora. Não há um só coração que não conheça o doce mel da bondade e o fel do ódio. Somos tempestade e calmaria, água cristalina e lodo profundo. Nas mãos que constroem palácios de esperança dormem os punhos que destroem impérios. A mesma voz que canta versos de amor pode libertar venenos de guerra. Assim somos nós, contraditórios, habitamos o limiar entre luz e sombra, anjos caídos e demônios redimidos navegando pelo oceano da existência. De manhã, semeamos flores nos jardins do mundo, à noite, choramos pelos espinhos que plantamos. O homem é este eterno paradoxo, abismo e montanha, fogo e gelo. Quem sou eu senão este enigma ambulante? Quem somos nós senão esta dualidade constante? Como o dia e a noite que se perseguem sem alcançar-se, como as marés que vão e vêm sem nunca decidir-se. O homem nasceu dividido, carregando consigo o peso da contradição, mas é nesta dolorosa dança de opostos que encontramos nossa mais profunda humanidade.

0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial