Renascimento Pascal EVENTO DIA 17
Renascimento Pascal
Nas manhãs de abril, quando a luz se renova,
Um convite à reflexão suavemente nos chega;
Como o orvalho que beija cada folha nova,
O amor nos toca e o espírito sossega.
Na quebra da casca, no romper do ovo,
Encontramos o símbolo da vida transformada;
Não somos hoje quem fomos de novo,
Cada ciclo nos deixa a alma renovada.
O amor que se espalha nesta celebração
É como semente que cai em solo fértil;
Cresce em silêncio, sem ostentação,
Mas transforma nosso ser, antes tão estéril.
A Páscoa nos ensina que após o inverno da dor,
Sempre há primavera, sempre há recomeço;
No jardim da existência, somos mais que flor,
Somos o próprio milagre, divino processo.
Que nesta Páscoa possamos enfim compreender
Que renovar-se é mais que mudar por fora;
É permitir que o amor possa florescer
Onde antes só havia pedra, agora.
DIVINA APOTEOSE
Brilhos e alegrias
Na essência dos louvores,
Apoteose de um só Deus...
“Ele ressuscitou!”
Simbologia do Amor
Silencioso como a aurora,
Regando a Terra, os Mares , os Céus
E
A povoar de esperança almas e corações,
Plenifica de luzes profecias benfazejas!
Marilândia
Ressurreição dia 17
Na madrugada da promessa,
quando as estrelas ainda tremem como lágrimas,
desperta a terra com suas mãos de pão e argila.
O mundo está renascendo sob a pedra rolada.
Procuro-te nas flores que sangram primavera,
nos sulcos onde o trigo é uma ressurreição dourada,
e na água batismal que,
como vinho,
transfigura o rosto da manhã.
Páscoa, teu nome é uma pomba
que voa
das cicatrizes da história aos lábios do amanhã.
Na mesa, o pão é um sol partido em fragmentos de luz
e o vinho é a memória líquida do que fomos antes da dor.
As mãos que foram cravadas
agora semeiam jardins
nos territórios abandonados do coração.
Cada ovo é um silêncio que guarda a voz de um mistério,
um porvir que dorme em sua câmara de calcário.
Somos todos peregrinos de Emaús,
com os olhos vendados pela rotina e pelo medo,
até que o partir do pão nos devolve a visão
e reconhecemos a vida no centro da morte.
Páscoa, tua ressurreição não é apenas a de um homem,
é a do mundo inteiro
que desperta
quando decidimos remover as pedras
que sepultam nossos sonhos mais verdadeiros.
O cordeiro sacrificado é uma pergunta
que só pode ser respondida com a vida inteira.
E aqui estou, na encruzilhada da fé e da dúvida,
onde os lilases abrem suas pétalas
como pequenas bandeiras da esperança.
Venho com minhas feridas abertas,
com meu desejo de acreditar apesar de tudo,
porque a Páscoa é também minha:
sou eu quem precisa renascer a cada amanhecer,
como o mundo que se levanta,
infinito e frágil,
da escuridão para a luz.
Marilândia

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