quinta-feira, 10 de julho de 2025

Caminhada da Esperança Árida

Caminhada da Esperança Árida Sobre a terra rachada do destino, Marcham os filhos da seca inclemente, Pés descalços beijando o chão ferino, Carregando a dor de quem não mente. Rostos cavados pela sede eterna, Olhos fundos que guardam tempestades, A família inteira se governa Pela fé em outras realidades. O patriarca ergue seu bordão, Guiando o rebanho de ossos e pele, Enquanto a mãe aperta contra o coração O filho que a fome não rebele. Bagagens mínimas, sonhos pesados, Cada passo ecoa como prece, São os eternos desterrados Que a esperança jamais esquece. No horizonte, talvez, uma cidade, Talvez chuva, talvez um novo lar, Mas seguem com sua dignidade, Pois sabem que é preciso caminhar. Portinari pintou com tinta e alma Esta procissão de coragem crua, Onde cada figura é uma salma Viva, dançando sob a lua. Retirantes, migrantes da vida, Poesia feita carne e movimento, Sua marcha nunca é despedida, É eterno renascimento. difíceis.

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