quarta-feira, 4 de junho de 2025

RUÍNA

RUÍNA É triste, clamam, o abandono Das casas velhas, mudas, sem amor! E aquele eco surdo de pavor Que faz da vida um lúgubre outono! É triste e mata todo o sono Ver murchar a última flor! E não sabem que sou a própria dor Do mais sombrio e desolado abandono?!... Ruínas de ventura trago-as eu Dentro de mim e tudo quanto é meu É cemitério d'almas sem fortuna! E o abandono das casas, toda essa Morte que nos seios se confessa, Vivo-a eu sozinha sob a lua! E a ruína sou eu própria! A casa morta!!

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