Renascer em Lamento
Renascer em Lamento Sou o rio que nasce das pedras do pranto, a árvore que brota do cemitério dos sonhos, o pássaro que voa com asas de cinza sobre a quimera demolida do meu peito. Meu lamento é dolência de estrelas moídas, é a incerteza que amasso com lágrimas, é a chuva vertical que cai para dentro, inundando as caves secretas da alma. Renasço como o trigo depois do incêndio, como a lua depois do eclipse total, como a palavra depois do silêncio que devora os versos dos poetas. Sou o metal que se forja na bigorna do tempo, o vinho novo que fermenta na adega da dor, a semente rebelde que rompe o asfalto para ser flor no meio da cidade morta. Meu renascimento é uma revolução de raízes, um terremoto suave que abala os alicerces da tristeza construída tijolo por tijolo nos muros da minha arquitetura interior. E assim me levanto, monumento ao lamento, estátua viva esculpida pela tempestade, para ser farol no naufrágio dos outros, luz nascida do ventre escuro da noite. Marilândia

0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial