PÉTALAS PERDIDAS (a publicar)
PÉTALAS PERDIDAS Todas as jóias que me deste, amor, Guardo-as, meu bem, como relíquias santas, E quando a tarde tinge de rubor, Eu vou contar tuas palavras tantas... E falo-lhes de sonhos e quimeras, Choro e sorrio com elas, brandamente... Pouco a pouco a fragrância das primeiras Desvanece-se ao vento, lentamente... Pelo jardim de mágoa e de saudade Bebo uma dor estranha e dolorosa, Uma dor imensa e de verdade Que, cruel, me consome e me destroça O jardim de mágoa perfumado, A doce oferta que eu amava tanto, Que refletia outrora meu pecado, E agora reflete apenas pranto, E o fulgor de gemas esquecidas, De lágrimas e estrelas constelado, Resume em seus vestígios o que tenho De vago e de perdido no meu fado... Mas de todas as jóias, a mais soberana, Aquela que mais fala à fantasia, São as pétalas dessa flor insana Que aos meus pés desfolhaste, naquele dia... Marilândia

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