segunda-feira, 2 de junho de 2025

O Silêncio das Feridas

O Silêncio das Feridas Caminho pelos campos da palavra, mas minha voz se perde entre os espinhos. Carrego no peito mil caminhos que nunca soube como se desbrava. Há quem transforme lágrima em oitava, quem faça dos lamentos seus ninhos... Eu fico aqui, juntando os cacos, sozinha, sem saber como a dor se decifrava. Vejo o músico tirar do violão canções que fazem chorar quem escuta, o pintor manchar de azul sua tela... E eu, com estas mãos vazias, então, só sei carregar a angústia muda, sem conseguir dar forma à minha queixela. Dizem que arte cura, que liberta... Mas como curar quem não sabe criar? Como libertar quem só sabe calar a tempestade que tem sempre desperta? Fico no meio-termo, na incerta fronteira entre sentir e expressar, vendo outros voarem, sem conseguir nem mesmo arrastar-me da terra. Talvez meu destino seja este mesmo: ser o público eterno da própria dor, aplaudindo em silêncio meu tormento. Enquanto outros gritam seu lamento, eu guardo dentro o meu clamor, poetisa sem versos, cantora sem talento. Marilândia . Responder, Responder a todos ou

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