Sinfonia de Pétalas e Suspiros
Sinfonia de Pétalas e Suspiros Quando maio beija a Terra com flores, desperta o mundo em tons de carmesim, os segredos do solo emergem trêmulos como amantes que fogem da escuridão. E tu, primavera voraz, devoradora de silêncios, teu manto bordado de promessas derrama-se sobre a pele áspera dos campos adormecidos, encharcando o ar com fragrâncias in_decifráveis. Em cada pétala que desabrocha há um continente, um pequeno uni_verso onde o amor se esconde, esperando os dedos in_visíveis do vento para dançar sua valsa efêmera. Quem pode negar o milagre deste encontro? Maio que beija, Terra que estremece, entrelaçados em um abraço antigo como o tempo, novo como a primeira luz da manhã. O orvalho treme nas folhas novas, pérolas líquidas que guardam o reflexo do céu, e eu, testemunha desta paixão terrestre, recolho em minhas mãos as sílabas do teu nome. Ó, mês de cores insanas e fragrâncias selvagens, tuas flores são bocas que sussurram segredos, tua chuva é o pranto de felicidade que a Terra derrama ao sentir teu toque. E quando a noite chega com seus véus índigos, as flores não cessam seu canto silencioso, continuam a exalar seu perfume, memória viva do beijo que transformou o mundo. Aqui me detenho, contemplando o mistério, este amor cósmico que se repete in_cansável, maio e Terra, eternos amantes, que nos ensinam a linguagem da beleza e da paixão. Marilândia

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