domingo, 20 de abril de 2025

Quando o Tempo Dorme (publicar)

Quando o Tempo Dorme Há noites em que o tempo dorme, como um velho leão ao pé da fogueira, e tudo que existe fica suspenso no espaço entre dois pensamentos. É então que ouço as coisas que não têm som: a lembrança das estrelas mortas, o frio dos planetas sem nome, a respiração das coisas que nunca nasceram. Nessas horas, a eternidade deixa de ser um conceito e se torna uma pele, um perfume antigo, uma lágrima que cai sem motivo. Tudo o que fui e serei recolhe-se num ponto de luz: minha infância correndo na poeira, meu último suspiro ainda por vir. E compreendo, sem palavras, que viver é ser apenas um instante dentro de algo que nunca termina

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