domingo, 20 de abril de 2025

Quando Duas Almas se Reconhecem (publicar)

Quando Duas Almas se Reconhecem 




Há no universo algo mais antigo que as estrelas: 
o gesto de duas almas que se reconhecem. 
Não falo do encontro visível — olhos, mãos, palavras. 


Falo do estremecimento súbito,
como se duas constelações,
há muito separadas, 
finalmente se alinhassem. 


Elas não se procuram. 
Elas se lembram. 
Lembram_se do tempo
em que eram poeira de um mesmo cometa, s
om de um mesmo silêncio, 
luz de uma mesma origem. 


E quando se tocam, 
não fazem barulho — fazem e_ternidade. 


Não importa o corpo, 
a distância, o tempo entre encarnações. 


Quando duas almas se reconhecem, 
todo o uni_verso para por um instante
para ouvir o que não se diz. 


E talvez, nesse instante breve e in_finito, 
a solidão das galáxias se cale, como quem entende. 


 Marilândia

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