quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

COSTURANDO POESIA

"Sem ter a efemeridade da flor nem o pecado original" Jô Tauil ______________________________________ Pétalas de seda em manhã dourada, Tão frágil beleza que o tempo consome, És glória fugaz, és chama sagrada Que brilha e se apaga sem deixar um nome. Quisera guardar-te eterna, perfeita, Como guardo n'alma as doces lembranças, Mas és como eu sou - mortal, imperfeita, Vivendo do sonho de vãs esperanças. Tua vida breve é espelho da minha: Um sopro, um momento de rara poesia, Uma dor que nasce e logo definha, Uma luz que brilha só por um dia. Em ti reconheço meu próprio destino, Flor que desabrocha para logo morrer. És bela e efêmera como um desatino, Como tudo aquilo que sonho em ser. Mas ah! que mistério em tua brevidade! Tão curto momento, tão grande beleza... És toda a vida em sua verdade: Um lampejo eterno de pura tristeza.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial