COSTURANDO DIA 23
No âmago do silêncio, onde as palavras sangram luz, teço-te em fios de fogo e sede. És fonte que brota das entranhas da terra, violenta e pura como o primeiro grito, sagrada como o último suspiro. Entre tuas mãos, meu corpo é pergaminho onde escreves rituais antigos com a tinta das estrelas. Somos dois vulcões alimentando-nos da mesma lava, dois relâmpagos na mesma tempestade ancestral. No altar deste amor, sacrificamos nossas sombras e renascemos, íntegros e selvagens, como deuses primitivos. Toco-te com a reverência de quem toca o mistério, e no silêncio de tua carne encontro a linguagem perdida dos primeiros amantes.
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