sábado, 12 de junho de 2010

ENCARCERADAS VOLÚPIAS


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ENCARCERADAS VOLÚPIAS

A começar a ir embora a luz do dia
Descortina-se o manto dos devaneios.

Sonhos fazem as madrugadas,
Em solenes tons,
Esgueirar-se bizarramente,
Roubando as cores da morna solidão.

Veladas emoções ao âmago acorrentadas
Jorram, no silêncio da alcova,
Encarceradas volúpias.

Doentio, pulsa o corpo,
Passarela de sensações.

Entorpecentes momentos
No vazio dos sentimentos

Fim de mais um agónico dia
Açoitado por promessas
Tingindo de sangue o céu ...





"Rasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!"

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"

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