segunda-feira, 21 de abril de 2025

Li um dia, não sei onde (FLORBELA ESPANCA)

Li um dia, não sei onde (FLORBELA ESPANCA) Li um dia, não sei onde, Que em todos os namorados Uns amam muito, e os outros Contentam-se em ser amados. Fico a cismar pensativa Neste mistério encantado... Diga prá mim: de nós dois Quem ama e quem é amado?... Florbela Espanca RÉPLICA DE MARILÂNDIA Li teus versos,meu querido, E no peito me veio este tremor, Pois no enigma tão bem proferido Vejo o retrato de nosso próprio amor. Em nossos dias, nossas noites calmas, Os papéis se trocam sem cessar, Ora sou eu quem habita tua alma, Ora és tu quem me vens ocupar. Não sei quem ama mais neste dueto, Se és tu com teu olhar tão profundo, Ou se sou eu com meu amor in_quieto, Que te busca nos confins do mundo. Talvez seja este o verdadeiro encanto: Não saber quem ama ou é amado, Enquanto nossos corações, no entanto, Bailam juntos, em compasso apaixonado. Pois o amor, quando é puro e verdadeiro, Não se mede, nem se pesa, nem se conta. É como o mar que beija o continente inteiro E no beijo se perde, se encontra. Marilândia

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