quarta-feira, 9 de abril de 2025

evento dia 12 biblioteca mundial de letra y poesia


 Membros do grupo BIBLIOTECA MUNDIAL DE LETRAS Y POESÍA 
"Presença Literata Escritor Magnânimo Homenagem a Manuel Bandeira (nasceu no Recife em 19 de abril de 1886). 
Tema: "Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo." 
Inspiração:"Arte de Amar" - Poema de Manuel Bandeira . 
Versos:Livres Data:12/04/2025 
Autora:Marilândia Marques Rollo 
Título: Des_encontros 



 Des_encontros 


Nossos corpos se buscam como marés in_evitáveis, 
conhecem-se na linguagem ancestral do toque, 
decifram códigos gravados na pele desde sempre. 


Tuas mãos sabem o caminho exato pelos meus contornos,
como rio que encontra seu leito entre as montanhas. 


O suor compartilhado escreve poemas transparentes 
sobre lençóis que guardam nossos segredos. 


Meu corpo reconhece tua respiração na escuridão, 
responde ao teu chamado mesmo antes das palavras,
vibra com a proximidade dos teus dedos. 


Mas além da pele, além do sangue e do desejo, 
há desertos in_finitos que nos separam. 


Tua alma fala em línguas que não decifro, 
habita cavernas onde minha voz não alcança, 
contempla estrelas que meus olhos não podem ver.


 Na mesma cama, sonhamos sonhos paralelos,
 uni_versos que nunca se tocam. 


Enquanto nossos corpos dançam em perfeita sintonia, 
nossas almas permanecem estrangeiras uma à outra, 
como astros distantes que apenas se observam. 


Tento alcançar-te com palavras im_perfeitas, 
construo pontes com suspiros e promessas. 


Em vão. 
O abismo entre nossas essências permanece in_transponível como o tempo. 
Que ironia que os corpos, tão efêmeros, 
entendam o que as almas eternas não compreendem!


Nossas mãos se encontram no escuro com precisão absoluta, 
nossos lábios reconhecem o gosto um do outro como sua própria sede. 


Mas quando olho em teus olhos, 
vejo apenas o reflexo de minha própria solidão multiplicada. 


Um enigma sem resposta habita teu sorriso. 
 Assim seguimos, perfeitos na coreografia da carne,
 des_ajeitados na dança das verdades profundas. 


Nossos corpos celebram em festa contínua, 
enquanto nossas almas vagam solitárias, 
prisioneiras em suas próprias fortalezas de silêncio. 


Esta é nossa tragédia e nossa beleza:
saber que mesmo na união mais íntima dos corpos, 
permanecemos, em nossa essência, 
e_ternos navegantes de mares distintos, 
sob céus que nunca se encontram. 



 Marilândia

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