COSTURANDO DIA 7 DE ABRIL
Qual doce tirania este amor que carrego, Como Atlas em seus ombros, o mundo a suportar, Um oceano de paixão onde alegre me entrego, Enquanto suas ondas vêm minh'alma inundar. Esta dor deleitosa, este néctar amargo, Correntes de ouro que prendem meu ser em seu abraço; Como a lua que segue o sol em seu longo encargo, Sigo teus passos, preso em teu divino laço. És o inverno que queima, és o fogo que gela, A tempestade serena que acalma e devasta; Meu céu e meu inferno numa imagem tão bela, Um cálice de veneno que a sede não afasta. Sou a mariposa cega que à chama se lança, Conhecendo a morte, mas sem poder resistir; Meu adorável fardo é esta doce dança Entre amar e sofrer, entre morrer e viver. Como o rochedo que anseia pelas ondas do mar, Que o castigam com fúria, mas o fazem completo; Este jugo sublime prefiro eu carregar Do que viver sem ti num mundo vazio e quieto. Adorável fardo! Sublime escravidão! Doce cruz que carrego com alegria imensa; Pois na dor mais profunda de minha afeição, Encontro a liberdade que só amor dispensa. Marilândia
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