segunda-feira, 14 de abril de 2025

À Luz da Lua! RÉPLICA DE MARILÃNDIA

À Luz da Lua! Iamos sós pela floresta amiga, Onde em perfumes o luar se evola, Olhando os céus, modesta rapariga! Como as crianças ao sair da escola. Em teus olhos dormentes de fadiga, Meio cerrados como o olhar da rola, Eu ia lendo essa ballada antiga D'uns noivos mortos ao cingir da estola... A Lua-a-Branca, que é tua avozinha, Cobria com os seus os teus cabellos E dava-te um aspeto de velhinha! Que linda eras, o luar que o diga! E eu compondo estes versos, tu a lel-os, E ambos scismando na floresta amiga... António Nobre, in 'Só' RÉPLICA DE MARILÃNDIA Confidências ao Luar Sob o manto prateado que desce do céu, Caminhamos juntos pela senda escura, Teus olhos refletem o brilho de um véu Que a noite estende com terna doçura. A floresta sussurra segredos de mel, Enquanto avançamos sem pressa ou procura, Como se o tempo fosse e_terno papel Onde escrevemos versos de ventura. A lua, cúmplice de nosso encanto, Desenha sombras no teu rosto sereno, Transforma suspiros em sutil espanto. E assim vamos, entre sonho e silêncio, Tu colhendo estrelas do céu pequeno, Eu guardando teu olhar como presêncio Marilândia

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