COSTURANDO POESIA 27 DEZEMBRO
“Eu, minha alma febril e uma canção de ninar” Jô Tauil _____________________________ Trago nos olhos o sonho que não ousa adormecer, Sou chama e sou cinza, sou ânsia de voar, Mas prendem-me as correntes deste eterno amanhecer. Canto baixinho ao vento que me vem consolar, E a noite me embala com seu manto de sofrer, Sou toda feita de arder, de ansiar, de delirar, Alma que busca o repouso sem jamais abater. Trago febre nos lábios, sede de eternidade, E o coração dilacerado em cada despertar, Sou tempestade mansa, sou doce crueldade, Sou canto de partida sem ter onde chegar. Minha alma febril queima em silêncio e espera, Como quem ama o abismo e teme o seu clarão, Sou toda contradição, sou outono e primavera, Sou lamento suspirado em forma de canção. E embalo minha dor numa cantiga triste e doce, Que me acalenta a febre, mas não apaga o fogo, Até que o sono eterno um dia me reconheça, E me leve enfim para o meu último repouso. Marilândia

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