quinta-feira, 5 de junho de 2025

COSTURANDO DIA 5 DE JUNHO

“Só deixo falar esse tempo que não tem voz!” Jô Tauil _____________________________ Que sussurra em silêncios de veludo, E conta histórias que ninguém nunca ouviu, De amores perdidos no vento miúdo, De lágrimas secas que o sol não sumiu. Esse tempo que mora no fundo dos olhos, Que guarda segredos de beijos não dados, E tece memórias com fios de lua, Enquanto os minutos ficam calados, Esperando que a alma se desnua. Fala, tempo mudo, das horas vazias, Das noites de insônia em que a dor se revela, Dos sonhos partidos como vidro no chão, Das cartas de amor que jamais se envela, Do peso da vida dentro do coração. Conta-me do pranto que ninguém viu, Das palavras mortas antes de serem ditas, Do grito que nasce mas não tem coragem, Das almas gémeas que foram proscritas, Do amor que se perde em cada miragem. Esse tempo antigo que não envelhece, Que carrega em si toda a nostalgia, E fala de ti como se fosses eterno, Guardando no peito tanta melancolia, Como se a saudade fosse o teu governo. Só deixo falar esse tempo sem nome, Que conhece o gosto amargo da solidão, E sabe de cor cada cicatriz da alma, Cada ferida aberta no coração, Cada tempestade que se disfarça em calma. Marilândia

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