Útero do Mundo
Útero do Mundo Em ti começa a geografia original do homem, entre tuas entranhas o planeta encontra seu lar primeiro. És a arquitetura secreta onde o universo se dobra, caverna sagrada onde pulsa o sangue das estrelas. Quem pode compreender a vastidão que habita no silêncio profundo de tua espera? Teu corpo é mapa de territórios inexplorados, cada cicatriz, uma fronteira ultrapassada. Mulher, útero do mundo, tua força não é medida pela ciência dos homens, mas pelo ritmo das marés. Tua respiração é o vento que espalha sementes, tuas mãos desenham o contorno de horizontes novos. No templo de tua carne germinam civilizações inteiras, no cálice de teus olhos se batizam os primeiros sonhos. O tempo se curva diante de teu mistério ancestral, enquanto teus pés descalços pisam o solo da eternidade. Útero do mundo, tua sabedoria é mais antiga que o primeiro fogo aceso na noite primitiva. Em teu coração cabem todos os idiomas não falados, todas as canções ainda não compostas. Como descrever o poder que emana de teu ser profundo? Como traduzir em palavras o que só o silêncio conhece? Tu és a primeira pátria, o primeiro céu, o primeiro mar, onde todos nós, náufragos do tempo, buscamos refúgio. Mulher, útero do mundo, teu nome deveria ser pronunciado de joelhos. A história da humanidade está escrita nas linhas in_visíveis de tuas mãos abertas. Marilândia

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