Domingo de Ressurreição
Domingo de Ressurreição Na aurora que desperta além dos sepulcros velados, Rompe a pedra o mistério que os séculos aguardaram; As trevas se dissipam em raios dourados, E os lírios do campo, de súbito, despertaram. Eis que o sudário vazio proclama o inefável: A morte foi vencida em seu próprio domínio! O que era lamento transmuta-se em canto louvável, E a dor de sexta-feira cede ao júbilo divino. Maria Madalena, com lágrimas ainda nos olhos, Encontra vazio o túmulo que selara a esperança; Mas onde esperava apenas mortalha e despojos, Um anjo anuncia o prodígio que a morte amansa. "Não está aqui!" — ressoa o clamor pelos ares, Como versos e_ternos de um poema in_finito; O Cristo ressurge e acalma os pesares, Transformando o Gólgota em trono bendito. Os discípulos correm, in_crédulos e assombrados, À câmara sepulcral onde jazia o Mestre; Encontram apenas as vestes, os panos dobrados, E a fé que renasce, como flor em tempo alpestre. Ó manhã redentora! Ó esplendor sem igual! O Cordeiro imolado agora é Leão vitorioso; Nas chagas, não mais dor, mas triunfo i_mortal, No jardim da ressurreição, tudo é glorioso. As campânulas do céu repicam em festa, Anunciando à criação que a vida triunfou; Domingo de Páscoa — a divina resposta Ao enigma da morte que o amor desvendou. Marilândia

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