Da Cruz à Ressurreição (escolhido pro evento dia 18 )
PFP-Grupo Poesia Faz Pensar
Sarau: " Semana Santa"
Tema: Livre
Título: DA CRUZ Á RESSURREIÇÃO
Autor(a): Marilândia Marques Rollo
País: Brasil
Data: 18/04/2025
Entra em Jerusalém, entre palmas e louvores,
O Rei humilde montado num jumento a avançar.
Mas logo os gritos de "Hosana" se transformam em clamores:
"Crucifica-o!" — a multidão começa a bradar.
No cenáculo, partilha o pão e o vinho,
Institui a memória que há de perdurar.
"Isto é meu corpo e sangue", diz com carinho,
Enquanto a traição já começa a se formar.
Entre oliveiras antigas, no monte das Oliveiras.
Sua angústia é tanta que seu suor se faz sangue.
"Pai, afasta este cálice" — súplica sincera,
Mas aceita a vontade que do alto se expande.
Trinta moedas tilintam na bolsa de Judas,
Um beijo marca aquele que devem prender.
Pedro, com espada em punho, tenta em vão ajudar,
Mas o Mestre o detém: "Não é assim que deve ser.
"De tribunal em tribunal, humilhado e flagelado,
Sua carne se desfaz sob açoites cruéis.
Coroa de espinhos, manto púrpura, cetro de cana,
"Salve, Rei dos Judeus!" — zombam os infiéis.
E carrega, então, nas costas a madeira pesada,
Por ruas estreitas, entre escárnio e dor.
Simão Cireneu ajuda na jornada,
Enquanto mulheres choram seu Salvador.
No Gólgota, lugar da Caveira, o madeiro erguido,
Entre dois ladrões, suspenso entre céu e chão.
"Pai, perdoa-lhes" — pronuncia, compadecido,
Enquanto as trevas cobrem toda a região.
"
Tenho sede" — murmura com lábios ressequidos.
"Está consumado" — declara em sua agonia.
"Em tuas mãos entrego o meu espírito" — gemido final,
Enquanto o véu do templo rasga-se naquele dia.
O corpo descem da cruz, envolto em linho puro,
Depositado em túmulo escavado na rocha.
A pedra selada, guardas postos: futuro obscuro,
Enquanto o sábado passa em silenciosa troça.
Mas no primeiro dia, ainda antes da aurora,
Mulheres fiéis encontram a pedra removida.
"Por que buscais entre os mortos", pergunta voz sonora,
"Aquele que ressurgiu e é fonte de vida?"
Da cruz à ressurreição, da morte à vida eterna,
Do pranto à alegria, da dor à redenção.
O Cordeiro imolado agora vive e reina,
E nos estende, em suas chagas, completa salvação.
O véu se rasgou, o caminho está aberto,
Entre Deus e os homens não há mais separação.
Da cruz à ressurreição, o círculo completo,
Onde o amor divino vence a humana transgressão.
Marilândia

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