segunda-feira, 14 de abril de 2025

A Dança das Árvores

A Dança das Árvores Não me perguntes por que danço entre folhagens quando a tarde se despede em fios dourados, são as árvores que me chamam com seus braços alongados, são elas que me despertam paixões selvagens. Eu as vi dançando ao vento como amantes milenares, seus galhos entre_laçados em silenciosa confissão, cada folha um sussurro, cada tronco uma canção que atravessa o tempo em verdes e infinitos andares. Como não venerar seus corpos feitos de memória, se guardam em sua seiva os segredos da terra? Se em cada anel escondido há uma história de invernos que passaram, de primaveras que voltaram? Árvores, minhas cúmplices de solitude, vocês que dançam sem mover os pés do chão, ensinam-me que a mais profunda liberdade existe no amor que se enraíza na constância. Quero ser como vocês: raízes na terra escura e copa aberta ao céu em permanente oferenda, balançar sem temer que o vento me surpreenda, dançar sem que o mundo entenda esta loucura. No crepúsculo quando o sol beija o horizonte e pinta de vermelho o cenário dos teus galhos, não há maestro que conduza seus bailes, apenas o silêncio e o tempo como testemunhas. Árvores que dançam em verdes catedrais, levem-me em seus braços como uma folha caída, deixem-me girar na dança e_terna da vida onde o amor e a morte são igualmente i_mortais. Marilândia

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