sexta-feira, 21 de março de 2025

Fragmentos de Mim

Fragmentos de Mim Na penumbra do ser, qual relógio partido, Deambulo entre versos que sangram na página, Meu peito – uma fábrica de sonhos em ruínas, Onde a poesia é operária incansável. Escava em minhas veias como mineira ardente, Extraindo metáforas de um filão profundo, Cada estrofe um mosaico de nervos expostos, Nas calçadas gastas de minha consciência. A poesia é meu pão negro e áspero, Amassado com suor e lágrimas reais, Enquanto meus dedos – agulhas incansáveis – Costuram retalhos de alma ao entardecer. No mercado das horas, vendo-me em estrofes, Sou vendedor ambulante de emoções cruas, Carregando nas costas o fardo das palavras Que reluzem como ferro em brasa sob o sol. Minhas palavras – pássaros inquietos – Fazem ninhos nos beirais da existência, E meu coração, velho bonde descarrilado, Arrasta-se pelos trilhos da melancolia. A cidade de mim mesma tem ruas tortuosas, Onde cada poema é lampião que acende ao anoitecer, E eu, como varredora de outono in_cansável, Recolho as folhas secas dos sentimentos caídos. Marilândia

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