EVENTO DIA 20 LN- SILENCIOSO ORVALHAR
EVENTO DE LUCIA NOBRE TEMA:A Poesia e Toda Sua Essência AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:SILENCIOSO ORVALHAR DATA:20/03/2025 Gentilmente convidada pela nobre poetisa Lucia Nobre SILENCIOSO ORVALHAR A poesia vem de madrugada, como água nascendo entre as pedras, como orvalho silencioso que beija as pétalas ainda antes que o sol as desperte. Ela chega sem pedir licença, rompe as comportas do peito e transborda como mar inquieto que não conhece limite nem tempo. Sua essência é vinho destilado nas adegas do coração, é pão que alimenta a alma faminta, é fogo que arde sem se extinguir nas veias de quem a respira. A poesia são lágrimas não derramadas que se transformam em cristais transparentes, são suspiros aprisionados nas costelas que buscam liberdade entre as palavras. É vulcão adormecido que desperta e lança lava incandescente sobre o papel, é tempestade que se forma no horizonte do pensamento e precipita-se em chuva de letras sobre o mundo. Sua essência é enigma bordado em tecido de lua, é segredo sussurrado pelo vento aos ouvidos atentos, é pergunta que não quer resposta mas que se multiplica em mil perguntas mais. A poesia mora nas sombras dos objetos, no espaço entre dois olhares, na melodia que se forma entre dois silêncios, no vazio que preenche todas as coisas. Ela dança nas mãos do poeta como pássaro que não conhece gaiola, floresce na boca como jardim selvagem que ninguém plantou mas todos colhem. Sua essência é tão antiga quanto o primeiro grito, tão jovem quanto a última palavra inventada, é rio que corre sem cessar levando nas águas a memória do mundo. A poesia é espelho onde nos vemos completos, é janela para mundos que ainda não existem, é porta que se abre para dentro de nós mesmos revelando labirintos que não sabíamos habitar. Sua essência é ferida aberta que não cicatriza, é punhal cravado no centro do tempo, é carícia delicada nas rugas da existência, é beijo profundo na boca da verdade. A poesia, enfim, somos nós mesmos traduzidos em símbolos imperfeitos, vertidos em metáforas incompletas, transformados em versos que tentam, inutilmente, capturar o infinito que pulsa em cada átomo de vida.
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