SONHOS DE CARNAVAL
Sonhos de Carnaval Na noite que dança em confetes de estrelas, encontro a essência do meu desvario poético, onde máscaras flutuam como pensamentos errantes e o tambor ressoa nas veias da cidade adormecida. Ó carnaval! Teu corpo é feito de memórias líquidas, de risos derramados nas esquinas do tempo, de serpentinas que desenham no ar os versos que nunca consegui escrever. Aqui estou eu, poeta das horas perdidas, bebendo tua loucura multicolorida, enquanto as baianas giram como planetas em órbitas de samba e suor sagrado. Cada gota de chuva que cai sobre o asfalto transforma-se em verso, em melodia incontida, em sonho de poeta que dança descalço sobre cacos de lua espalhados na avenida. Meus olhos já não distinguem se é realidade ou delírio esta festa infinita, onde cada sorriso é um poema inacabado e cada gesto uma metáfora viva. Quem sou eu senão mais um folião perdido entre alegorias e fantasias, buscando nas entrelinhas do carnaval a poesia que escorre das paredes da vida? O samba é meu papel, a bateria minha caneta, e neste desfile de versos e cores sou apenas mais um poeta sonhador que se dissolve na aquarela do amanhecer. E quando o último confete tocar o chão, quando a última nota ecoar no silêncio, permanecerá em mim esta doce loucura de ter sido, por um momento, verso, ritmo e carnaval.
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