COSTURANDO POESIA DIA 16 OUTUBRO
“Quando transpuser o pórtico de tua indiferença...” Jô Tauil _______________________________ Seguirei para terras onde a dor é luz, Onde cada suspiro é uma sentença E o coração ferido nunca mais reluz. Teus olhos frios, dois espelhos vazios, Refletem tudo quanto não é verdade, Enquanto eu ardo em fogo desmedido Pela tua cruel serenidade. Deixaste-me no limiar do silêncio, Entre o que foi e o que nunca será, Teu rosto é um monumento de paciência Que contempla meu peito a se rasgar. Que importa a beleza desse abandono? Que importa a dor tão elegante e fina? Pois quando transpuser teu pórtico de sono, Levarei minha alma que não se fascina. Talvez em outras vidas, outras eras, Teu peito bata ao som do meu lamento, E sejas tu quem sofra mil maneiras Por esse amor que é meu atormentador intento. Mas hoje apenas sigo meu caminho Sem ti, sem teu olhar, sem teu perdão, Deixo-te aqui, sozinha, num cantinho— E levo só de ti a recordação. Marilândia

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