Promessas Embrulhadas em Cascas e as Estrelas (evento dia 12)
Promessas Embrulhadas em Cascas e as Estrelas
No ateliê rústico dos sabores borbulha a vida,
Gotas cristalizadas de esperanças que carregam a fome do mundo,
enquanto na janela da alma se debruça o sonho
como uma criança que espreita o infinito.
A poesia nasce na efemeridade que sobe,
dança entre o real e o impossível,
é a bem-aventurança que alimenta o corpo cansado
e a metáfora que nutre a esperança.
Dize-me, irmão dos dias comuns:
o que é mais verdadeiro,
a solidão da cerâmica sobre a mesa de madeira
ou a palavra que a transforma em banquete?
Nesse altar onde celebram-se rituais ,
queimam-se os versos…
Cada chama uma sílaba ardente,
cada borbulhão uma rima
que explode
no silêncio faminto das madrugadas.
A realidade tem gosto de lágrimas e labuta,
tem as cores das tatuagens temporárias
de caldeiras silenciosas da dignidade,
mas o sonho tempera tudo com luz,
faz das sementes adormecidas,
uma constelação.
Somos todos ourives da utopia,
mexendo a varinha de condão
no laboratório secreto dos dias,
misturando a necessidade com o desejo,
o néctar da existência com a poesia eterna.
E quando a noite desce sobre os telhados,
quando as estrelas acendem seus olhos de prata,
pergunto ao vento que passa:
será o sonho que sonha a realidade,
ou a realidade que sonha ser sonho?
Marilândia

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