Versos Imortais
Versos Imortais Como dizer-te, mãe, o que não cabe em palavras? Como traduzir em versos o que transborda silêncios? Teu nome é um poema antigo que o tempo não apaga, escrito com a tinta perene das primeiras auroras. Há em tuas mãos um idioma secreto de carícias, uma gramática de afetos que só tu dominas. Cada gesto teu é um verso que se tatua na alma, cada olhar, uma estrofe que o coração decora. Mãe, tua voz é o primeiro canto que aprendi, melodia que me encontra mesmo nas distâncias. Este amor que me deste é um livro sem fim, uma poesia viva que respira em meu ser. Quantas noites sem dormir? Quantos dias de espera? Quantos prantos silenciados para não me assustar? Tu, que transformas tuas lágrimas em orvalho da manhã, és a poeta sublime dos gestos invisíveis. Como o mar que não se cansa de beijar a praia, teu amor retorna em ondas que não cessam jamais. Imortais são teus versos não escritos em papel, mas gravados no livro sagrado da existência. Quando chegarem os invernos e os outubros, quando minhas folhas caírem como as das árvores, ainda assim teus poemas viverão em mim, como sementes eternas de uma primavera imortal. Mãe, teu colo é a primeira e mais doce metáfora, teus braços, a mais bela de todas as rimas. És o poema que nunca termina de ser escrito, verso imortal que atravessa as eras sem se apagar. Marilândia

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