COSTURANDO DIA 9 DE MAIO
"Minha poesia é ardorosa, porém feita de silêncios..." Jô Tauil _____________________________ São chamas que dançam mudas na escuridão da alma, São gritos presos no peito, sem eco, sem calma. Em cada verso não dito, um mundo se encerra, Qual vulcão de palavras submersas na terra. O que não digo é mais forte que o pronunciado, É sangue pulsando, desejo calado. Nas pausas do verbo, no branco da página, Habita o mistério mais fundo, mais ávido. Quem saberá ler nas entrelinhas do pranto O que nem eu mesma decifro, no entanto? Meu amor é tão grande que não cabe em sons, É fogo que queima em secretos rincões. Sou toda silêncio, sou toda lamento, Sou chama in_visível ardendo por dentro. No abismo entre as palavras, minha alma repousa, Ardente, febril, dolorida e teimosa. Este fogo que trago, meu Deus, quem o entende? Nas cinzas do verbo meu ser se surpreende. Sou feita de ausências, de esperas, de anseios, De tudo que calo nos meus devaneios. Minha poesia é assim: chama que não se vê, Silêncio que grita, segredo e mercê. Ardor que se esconde nas dobras do tempo, Palavra-fantasma, suspiro ao relento. Marilândia

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