sábado, 3 de maio de 2025

Alvorecer do Verbo Materno

Alvorecer do Verbo Materno Na membrana íntima entre a luz e o espanto, onde a mulher se desdobra em fonte e em pão, há um país secreto feito de sangue e milagre. A mãe: essa alquimia do corpo que se abre para dar passagem às genealogias do vento. Suas mãos – cartografias de resistência – tecem na noite a arquitetura do possível. Seu corpo, vaso incandescente, guarda a matemática sagrada do amor que não se mede nem se explica pelos teoremas do mundo. Quando ela respira, as estrelas reorganizam suas constelações em novos alfabetos. Quando ela canta, o tempo suspende sua marcha impiedosa e se curva como um felino manso aos seus pés. A mãe: essa liturgia de carne e palavra, esse fogo que transmuta o caos em cosmos, esse abismo luminoso onde mergulhamos para nascer e renascer, infinitamente, no ventre generoso do universo. Marilândia

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