Vertigem dos Sentidos
Vertigem dos Sentidos Tua boca é uma granada aberta ao vento, sementes de fogo que incendeiam meus dedos. Teu corpo é um oceano em movimento onde afogo meus antigos medos. Sou a árvore que cresce nas tuas margens, raízes submersas no teu profundo canto. Meu sangue pulsa como uvas selvagens esmagadas sob a lua de espanto. Em teu labirinto de mel e sombra percorro caminhos de sol nascente. Cada suspiro teu é música que ronda o deserto onde me faço presente. Tua pele é pétala de magnólia úmida, território de segredos e promessas. Em tuas veias corre a noite líquida onde deposito minhas incertezas. Somos vulcões dormentes que despertam, terras férteis semeadas pelo desejo. Colhemos estrelas das mãos que se libertam no instante infinito do beijo. Meu corpo é um mapa onde teus olhos navegam, territórios inexplorados, vales secretos. Tuas mãos são pássaros que carregam a primavera aos meus invernos completos. Sou a chuva que te molha por dentro, o temporal que rompe teus diques. És a fogueira onde me concentro, o calor que pede que eu fique. Nossos corpos são países que se descobrem, fronteiras dissolvidas pelo toque. Nossas bocas são frutas que se abrem, vermelhas como o sangue em choque. Construímos catedrais de respirações, escrevemos poemas na pele com os dedos. Somos duas águas, dois furacões, revelando ao mundo nossos segredos. Tua presença é brasa na minha boca, vinho derramado em língua sedenta. É assim que a paixão nos toca: como uma flor que na pele arrebenta. Marilândia

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