Onde Morrem Os Suspiros
Onde Morrem Os Suspiros Nevoentos suspiros, translúcidos, etéreos, Pairam nas brumas do In_definido, alvejantes… Volteiam como espectros, diáfanos, plangentes, Nos labirintos do Além, místicos, sidéreos. Vagam por entre os lírios e os ciprestes friorentos, Elevam-se em espirais de alabastro e incenso, Nos rituais da noite, em seu altar imenso, Onde os astros são círios, trêmulos, nevoentos. Ó suspiros! Exalações de almas esmorecidas, Suaves como o perfume das violetas mortas, Melodiosos como harpas em catedrais acendidas. Para onde ides vós, emanações sentidas Da dor que em nosso peito abriu profundas portas? Para onde fogem, ai, vossas vozes doridas? Morrem talvez nos véus da branca Lua gélida Dissolvem-se no éter como prece intangível, Adormecem no cálice de um lírio in_visível, Ou na asa tristonha de uma ave combalida... Talvez se transmutem em lágrimas de opala, Em gotas de orvalho nos jardins estelares, Ou em soluços de ondas nos longínquos mares Onde a melancolia eternamente exala. Morrem nos labirintos da noite silente, No regaço gelado da morte im_piedosa, Na essência i_material da alma misteriosa, Morrem no Infinito, no inefável, no ausente, Transfigurados em luz sideral, radiosa, Como estrelas nascidas da dor transcendente. Marilândia

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