PARA ANTOLOLOGI A DIA 1 DE ABRIL
TORRES DE SONHOS Entre páginas de papel, ergo torres invisíveis, Construo muralhas feitas de sonhos e de sombras. No silêncio das letras, espectros indizíveis Dançam em corredores repletos de almas nas penumbras. Quantas vidas eu vivi neste castelo de tinta? Quantos "eus" habitaram este corpo emprestado? A realidade fora é apenas turbulenta, Distante do império que dentro foi ressuscitado. Sou leitora, sou autora,sou personagem também, Desdobro-me em figuras que nunca existiram. Fecho o livro e pergunto: onde fica o além Destes mundos fictícios que em mim já residiram? Talvez seja mais real o sonho que a vigília, Mais verdade na mentira que no fato acontecido. Um livro é um castelo onde mora a parafernália Para encontrar-se enfim naquilo que é fingido. Marilândia OU Entre páginas de papel fino, Ergo torres de sonhos imprecisos. Não sei se o que leio é o que vivo Ou se apenas habito o que imagino. Um livro aberto é um portal Para mundos que não existem, mas são. Palavras — pedras de um castelo irreal — Constroem-se e desfazem-se na palma da mão. Folheio a vida como quem folheia As páginas de um destino já escrito. Sou leitor de mim mesmo, e quem lê É também personagem desse rito. No silêncio das letras encontrei A voz que dentro de mim não ouvia. Quantos "eus" habitam este castelo? Quantos sonhos sob a mesma dinastia? Palavras são véus que desnudam Verdades que, nuas, não saberíamos ver. Um livro é um castelo de ilusões Onde me permito ser e não ser. E quando fecho a última página, Como quem fecha as portas de um castelo, Pergunto se fui eu quem leu o livro Ou se foi o livro quem me leu a mim. Assim, entre o ser e o parecer, Entre o real e o imaginado, Ergo castelos de palavras ao vento E neles me perco, encontrado. Marilândia
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