sexta-feira, 27 de setembro de 2024

COSTURANDO POESIA

"Escrito até o corpo inteiro sangrar..." Jô Tauil _________________________________________ Ó, carne sangrenta, dor que não se finda, No ventre do mundo, meu corpo se curva, Os olhos ao céu, clamo à lua tão linda, Mas sinto o vazio que o tempo me turva. Nas veias, o sangue corre em agonia, Num rio vermelho de pranto e de luto, A alma se esvai, na febril tirania, Quebra-se o peito num grito absoluto. Choro à terra, que acolhe este fardo, Meu ser, como folha ao vento dispersa, Desfalece ao chão, em um leito pardo, Na mão da morte, que a vida submersa. E o céu, indiferente, me abraça ao final, No eco sombrio de um adeus i_mortal. Marilândia

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