sábado, 14 de janeiro de 2023

POEMA DE FLORBELA ESPANCA DUETADO POR MARILÂNDIA MARQUES ROLLO

POEMA DE FLORBELA ESPANCA DUETADO POR MARILÂNDIA MARQUES ROLLO ÁRVORES DO ALENTEJO// SEDENTAS Horas mortas... Curvada aos pés do Monte// Sanguinolentas... Hão de ascender, além das eternidades! A planície é um brasido... e, torturadas,// Revestem as longas árvores sombrias As árvores sangrentas, revoltadas,// Clamam em des_silusões espúrias, Gritam a Deus a bênção duma fonte!// Muito além das religiosidades! E quando, manhã alta, o sol posponte// De castas margaridas engrinaldado A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,// Parece Sonho estrelado cintilando Esfíngicas, recortam desgrenhadas// Quais soluçantes quebrantos estrilando Os trágicos perfis no horizonte!// Sob esplendor perfeito desfraldado! Árvores! Corações, almas que choram,// Em tristes e mórbidos devaneios Almas iguais à minha, almas que imploram// Dentre movimentos vitais da Natureza Em vão remédio para tanta mágoa!// Perante in_diferentes anseios! Árvores! Não choreis! Olhai e vede:-// A celestial e pura nobreza! Também ando a gritar, morta de sede,// Num desolado sentimento acerbo Pedindo a Deus a minha gota de água!// Inda que num alucinado clamor soberbo! Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo Florbela Espanca

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