terça-feira, 13 de abril de 2021

MARIO DE MIRANDA QUINTANA Me identifico com meu Patrono em...










Considerado o "poeta das coisas simples", pela profundidade e pela perfeição técnica A uma amiga que achou pequeno o quarto, para onde se mudara por questões financeiras,Quintana disse: "Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas". Na década de 40, Quintana é alvo de elogios dos maiores intelectuais da época e recebe uma indicação para a Academia Brasileira de Letras, o que nunca se concretizou. Sobre isso ele compõe, com seu afamado bom humor, o conhecido "Poeminha do Contra". RELAÇÕES COM A ABL O poeta tentou por três vezes uma vaga à Academia Brasileira de Letras, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito; as razões eleitorais da instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter direito a uma cadeira. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou.[7] “ Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro. — Mario Quintana “Não ter sido um dos imortais da Academia Brasileira de Letras é algo que até mesmo revolta a maioria dos fãs do grande escritor, a meu ver, títulos são apenas títulos, e acredito que o maior de todos os reconhecimentos ele recebeu: o carinho e o amor do povo brasileiro por sua poesia e pelo grande poeta e ser humano que ele foi"... — Cícero Sandroni Homenagens O poeta pernambucano Manuel Bandeira dedicou-lhe um poema, onde se lê: Meu Quintana, os teus cantares Não são, Quintana, cantares: São, Quintana, quintanares. Quinta-essência de cantares… Insólitos, singulares… Cantares? Não! Quintanares! O pajador Jayme Caetano Braun, dedicou ao poeta a Payada a Mario Quintana, segue abaixo um trecho da poesia: Entre os bem-aventurados Dos quais fala o evangelho, Eu vejo no mundo velho Os poetas predestinados, Eles que foram tocados Pela graça soberana, Mas a verdade pampeana Desta minh’alma irrequieta, É que poeta nasce poeta E poeta é o Mario Quintana! Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo... Mario Quintana





Características literárias e poemas de Mario Quintana

Mario Quintana tem um elemento muito caro à sua produção escrita: a simplicidade (que não deve ser confundida com facilidade na composição; pelo contrário, a busca da escrita simples não é uma tarefa de fácil execução), como pode ser notada no Poeminho do contra:

mantinham também alguns laços com o passado, 
linguagem simples, mas extremamente poética e reveladora dos sentimentos humanos


uma contemplação reflexiva da vida


“A arte de viver é simplesmente a arte de conviver... Simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!”

“Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo. Nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão.”



 voz lírica, em primeira pessoa, reflete sobre a passagem do tempo


 introspectivo. 


A decisão de escolher Mario de Medeiros Quintana como patrono em relação a tantos outros poetas brasileiros, se justifica pela intensidade com que o poeta gaúcho ressignifica os espaços através da construção de seu imaginário,eis que  promove o deslocamento da percepção do real, torna patente a composição de uma realidade mergulhada em reminiscências tão singulares como universais.


No intuito de apresentar novos olhares ao cânone nacional, "QUINTANO-ME". por múltiplas razões: temas como o amor, o tempo, a natureza são os preferidos do poeta. assim como os meus.


Poeta de  versos livres, alternados com certa melancolia e reflexão a respeito da transitoriedade da vida,voz lírica em primeira pessoa, laços com o passado, linguagem simples, mas extremamente poética e reveladora dos sentimentos humanos. 

Considerado o "poeta das coisas simples", espelha confissões duma alma irriquieta, conseguindo captar sentimentos complexos que nos acompanham na jornada da vida, retratando tudo numa prosa fácil, em versos singelos.

Nunca foi tão assertiva o aforismo do oráculo de Delfo em tempos de Sócrates há mais de 2400 anos, que indubitavelmente se aplica a Quintana: "conhece-te a ti mesmo".

Identifico-me sobremaneira com seu jeito leve de ver a vida e as pessoas.
Outra preciosa e gratificante identificação diz respeito aos nossos estudos e conhecimentos sobre a língua francesa.

Finalizando, o que vale deixar registrado é a peculiar identificação com meu patrono, numa sensação diferenciada que me deixa completamente sob zona de conforto, eis que a fonte de inspiração é a seriedade entrelaçada à esteira poética.

Na produção poética de Mario Quintana, pode-se observar uma preferência pelos temas que não remetem à realidade empírica na qual o poeta está inserido. Assim, o mundo dos sonhos, da fantasia e do imaginário são valorizados em detrimento da referência a questões do contexto social imediato. Além destes, a permanência do eu-lírico no passado e a busca deste pela memória também o afastam do real. 

“A arte de viver é simplesmente a arte de conviver... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!” Mario Quintana



Esta tese propõe um estudo da espacialidade na linguagem de Mario Quintana, observando o modo como as imagens poéticas determinam uma percepção de espaço que não se realiza somente pela representação da realidade, mas pelo modo como elas descrevem o espaço reapresentando-o. Em um primeiro momento, busca-se examinar a articulação entre espaços reais e imaginários a partir de algumas vozes críticas, uma vez que a articulação se tornou uma especificidade discursiva na obra de Quintana. Tal especificidade, todavia, foi amplamente estudada sob o viés da representação dos espaços, conduzindo a reflexão à transposição do real ao imaginado. A possibilidade de reler o espaço poético para além da representação sinaliza uma abordagem voltada ao espaço criado pela linguagem, evidenciando a sutil articulação entre real e imaginário na poesia quintaneana. Para tanto, a análise dos textos de Quintana permite observar o processo de fundação da realidade pela linguagem,revelando um espaço menos referencializado. A decisão de estudar a poética de Quintana, em relação a tantos outros poetas brasileiros, se justifica pela intensidade com que o poeta gaúcho ressignifica os espaços através da construção de seu imaginário. Portanto, promove odeslocamento da percepção do real, torna patente a composição de uma realidade mergulhada em reminiscências tão particulares e ao mesmo tempo tão universais.


A espacialidade na poética da Mário Quintana: linguagem, forma e experiência



"O tamanho do espaço A medida do espaço somos nós, homens, 
Baterias de cozinha e jazz-band,
 Estrelas, pássaros, satélites perdidos, 
Aquele cabide no recinto do meu quarto, 
Com toda a minha preguiça dependurada nele...
 O espaço, que seria dele sem nós?
 Mas o que enche, mesmo, toda a sua infinitude 
É o poema! 
– por mais leve, mais breve, por mínimo que seja."

(Quintana, 2009,p.151)

Ler Mario Quintana sob o viés da espacialidade, para além da via representacional, certamente conduzir-nos-á ao processo de reflexão sobre o ato criativo. Muitos dos poemas quintaneanos trazem essa tonalidade já explorada pelo tema da metalinguagem interna. 

O "corpus" de nossas afinidades baseia-se numa seleção variada de poemas. 

o espaço trabalhado como imagem poética singulariza a dicção de Mario Quintana para além da “simplicidade”, expondo matizes ainda não explorados

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