_MOTE DADO - POETA INSPIRADO_
MOTE
L
Chove. Há Silêncio
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva// Não faz ruído senão com sossego.// Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva //Do que não sabe, o sentimento é cego.// Chove. Meu ser (quem sou) renego...
(...)
Não paira vento, não há céu que eu sinta.// Chove longínqua e indistintamente,// Como uma coisa certa que nos minta,// Como um grande desejo que nos mente.// Chove. Nada em mim sente... //
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Chove. Há Silêncio
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva// Não faz ruído senão com sossego.// Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva //Do que não sabe, o sentimento é cego.// Chove. Meu ser (quem sou) renego...
(...)
Não paira vento, não há céu que eu sinta.// Chove longínqua e indistintamente,// Como uma coisa certa que nos minta,// Como um grande desejo que nos mente.// Chove. Nada em mim sente... //
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
CEGOS
SENTIMENTOS
Levaste
contigo todas as coisas...
Entretanto,
Ao
deixar-me
A
alma viúva,
Incessantemente
Regada
pela chuva,
Emoções
que
Dentro
em mim,
Cresceram,
Tumultuosas,
várias,
Resplandeceram
Em
almas de mais
Numa
só alma...
Marilândia
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