sábado, 19 de março de 2016

_MOTE DADO - POETA INSPIRADO_





MOTE  L

Chove. Há Silêncio
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva// Não faz ruído senão com sossego.// Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva //Do que não sabe, o sentimento é cego.// Chove. Meu ser (quem sou) renego... 
(...)
Não paira vento, não há céu que eu sinta.// Chove longínqua e indistintamente,// Como uma coisa certa que nos minta,// Como um grande desejo que nos mente.// Chove. Nada em mim sente... //
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"


SILENCIOSAS ANGÚSTIAS

Quais desejos que nos mentem
A chuva, caindo a cântaros, 
Sob céu de luz austera,
Lamenta-se, a chorar
N'assombrosa monotonia
Da vida e da morte...


Marilândia

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