quinta-feira, 17 de abril de 2025

VIAGEM INTERIOR

Viagem Interior Não fui aos mares, nem vesti os ventos de outro país. Minha viagem foi mais profunda: mergulhei em mim — como quem cava o chão com as próprias mãos, procurando a origem do silêncio. Atravessei desertos onde meu nome era miragem, e o coração — caravela sem bússola — afundava em cada pensamento. Vi dentro de mim a infância sentada em um canto escuro, uma menina com olhos de perguntas que ninguém soube responder. Passei por florestas de medos, onde os galhos sussurravam palavras não ditas, e caminhei entre ruínas de sonhos que caíram por dentro sem fazer som. Mas lá, no mais íntimo, num campo que nenhum mapa desenha, encontrei uma luz. Não era grande, nem quente, mas pulsava como um segredo que sempre me pertenceu. Agora volto — não com malas, mas com a alma lavada de estrelas. Marilândia

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial