"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
sexta-feira, 15 de agosto de 2025
TRILOGIA EVENTO DIA 23 AGOSTO
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Trilogia evento dia 232
mari
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marilandia
Trilogia dos Caminhos e da Solidão Caminhos Sem Regresso Já não sei andar pelos caminhos, porque já não sei andar só... O silêncio me cobre de espinhos, e a noite me veste de pó. As veredas tornam-se abismos, onde sombras bebem o luar, e meus passos, trêmulos cismos, já não sabem mais onde pisar. O vento murmura enigmas, no idioma antigo da dor, trazendo-me brumas estigmas de um tempo perdido no amor. Os astros, na esfera sombria, olham-me com frio desdém, como se a minha agonia fosse só um eco de ninguém. Cada pedra que piso sangra, cada flor que toco desfaz, meu peito em silêncio me vangra com um luto que nunca se faz. E sigo, sem rumo, sem mapa, com os olhos presos no chão, sentindo que a alma se escapa nas fendas do próprio coração. Já não sei andar pelos caminhos, porque já não sei andar só... Sou nau sem mar, sem pergaminhos,sou cinza errando no pó. A Via dos Abismos Já não sei andar pelos caminhos, porque já não sei andar só... Na treva, soluçam longos vinhos de mágoa, destilando pó. Os véus do crepúsculo descem, lentos, trêmulos, febris, sobre almas que nunca esquecem os abismos sutis e hostis. O vento é um órgão que geme em claustros de sombra e luar, e cada suspiro que treme é um cântico a se afogar. Entre lírios mortos, distantes, passam espectros de cristal, trazendo perfumes cortantes de um reino lunar, irreal. O tempo, de púrpura e luto, abre alas de frio metal, e o mundo, sombrio e astuto, me prende num sonho mortal. Sou via crucis de ais e espantos, sou templo que a noite calou, sou cântico feito de prantos que a própria alma apagou. Já não sei andar pelos caminhos, porque já não sei andar só... Na cruz dos meus frios espinhossou névoa errando no pó. O Caminho e o Vazio (Prosa Poética) Já não sei andar pelos caminhos, porque já não sei andar só. As estradas, antes claras e serenas, tornaram-se longos corredores de sombra, cheios de ecos que não me pertencem. Tudo é frio. Tudo é distante. E
qui., 14 de ago. às 20:50
marilandia
De:
marilandiam@yahoo.com.br
Para:
MARILÂNDIA MARQUES ROLLO
qui., 14 de ago. às 20:50
Trilogia dos Caminhos e da Solidão
Caminhos Sem Regresso
Já não sei andar pelos caminhos,
porque já não sei andar só...
O silêncio me cobre de espinhos,
e a noite me veste de pó.
As veredas tornam-se abismos,
onde sombras bebem o luar,
e meus passos, trêmulos cismos,
já não sabem mais onde pisar.
O vento murmura enigmas,
no idioma antigo da dor,
trazendo-me brumas estigmas
de um tempo perdido no amor.
Os astros, na esfera sombria,
olham-me com frio desdém,
como se a minha agonia
fosse só um eco de ninguém.
Cada pedra que piso sangra,
cada flor que toco desfaz,
meu peito em silêncio me vangra
com um luto que nunca se faz.
E sigo, sem rumo, sem mapa,
com os olhos presos no chão,
sentindo que a alma se escapa
nas fendas do próprio coração.
Já não sei andar pelos caminhos,
porque já não sei andar só...
Sou nau sem mar, sem pergaminhos,sou cinza errando no pó.
A Via dos Abismos
Já não sei andar pelos caminhos,
porque já não sei andar só...
Na treva, soluçam longos vinhos
de mágoa, destilando pó.
Os véus do crepúsculo descem,
lentos, trêmulos, febris,
sobre almas que nunca esquecem
os abismos sutis e hostis.
O vento é um órgão que geme
em claustros de sombra e luar,
e cada suspiro que treme
é um cântico a se afogar.
Entre lírios mortos, distantes,
passam espectros de cristal,
trazendo perfumes cortantes
de um reino lunar, irreal.
O tempo, de púrpura e luto,
abre alas de frio metal,
e o mundo, sombrio e astuto,
me prende num sonho mortal.
Sou via crucis de ais e espantos,
sou templo que a noite calou,
sou cântico feito de prantos
que a própria alma apagou.
Já não sei andar pelos caminhos,
porque já não sei andar só...
Na cruz dos meus frios espinhossou névoa errando no pó.
O Caminho e o Vazio (Prosa Poética)
Já não sei andar pelos caminhos, porque já não sei andar só. As
estradas, antes claras e serenas, tornaram-se longos corredores de
sombra, cheios de ecos que não me pertencem. Tudo é frio. Tudo é
distante. E cada passo é um cristal que se quebra no silêncio da minha
própria alma.
Há uma poeira de astros mortos flutuando no ar, tocando-me como
dedos pálidos de uma eternidade sem rosto. As árvores, espectrais,
inclinam-se sobre mim como anjos decaídos, murmurando preces que
não compreendo. E o vento, esse sacerdote noturno, arrasta pelas
veredas seus cânticos roucos, como se quisesse ungir-me com o óleo
sombrio da solidão.
Não há horizonte — apenas véus, véus espessos de neblina, e um rumor
profundo que parece vir do coração da terra. Tudo é abismo, tudo é
marasmo, e eu, como náufrago da própria existência, afundo em ondas
negras que não têm fim.
Já não sei andar pelos caminhos, porque já não sei andar só. A solidão
tornou-se meu último país, e nele vagueio como um viajante sem mapa,
sem nome e sem retorno.
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