COSTURANDO POESIA DIA 9 DE AGOSTO

“Sobre tapetes de poesia “ Jô Tauil ____________________________ caminho devagar, Os pés descalços da minh'alma a suspirar, E cada verso é petala que se desfaz Na senda incerta do meu sonhar audaz. Ah,como pesa esta melancolia doce Que me embala quando a tarde se desdobra! São rendas de tristeza que o coração conhece, Tecidas com os fios da saudade que me sobra. Meu peito arde em brasas de infinita sede, Sede de amor, de beijos, de ternura, E nestes tapetes que a alma me concede Encontro o eco da minha formosura. Que importa se sou triste, se sou louca? Se trago n'alma um grito de revolta? Minha boca é rubra como papoula rouca Que grita ao vento a dor que me revolve e volta. Oh! ser mulher! carregar este fado, Este peso de amar sem ser amada, De dar-me toda e ficar do meu lado Apenas a sombra desolada! Mas sobre estes tapetes de poesia Danço ainda, mesmo em minha agonia, Pois ser poeta é ter n'alma a chama viva Que nem a morte consegue fazer cativa. Marilândia ;