NÉVOA DOURADA
Tuas mãos, pássaros de prata, lentas
Pássaros de lua, de voo perdido,
Pousam nas minhas, macias e atentas
Como em dois jasmins do amor ferido...
E os jasmins tremem... Não ouves lamentos?
Minha alma tem lágrimas guardadas,
E os meus cabelos são como os ventos
Que levam pétalas desencontradas...
O Luar desce as escadas... derrama prata...
Flutuam no ar palavras de seda
Como névoas ternas, que o tempo mata...
E a tua voz doce junto à minha
É no mistério desses bichos-da-seda
Um suspiro quente que se aninha...
Marilândia
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