O Eterno Sedento
Tu eras o altivo, o indiferente.
Nunca soubeste o que é ter n'alma
A sede ardente que consome e acalma,
Como eu sentia em meu peito dolente.
Agora, olho-te eu serenamente,
Sem lágrimas que outrora eram calma,
Enquanto em ti desperta nova palma
De amor que nasce, puro e transparente.
Tua alma, o gelo, derreteu-se em rio;
Como nascido em vale sombrio,
Todo és chama, és ternura e esperança!
Nele aquece o meu ser por um momento...
E que importa?..., se o eterno sedento
Busca em todas as almas... sua dança?...
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