Castelo de Cristal
Ergui nas nuvens meu palácio frágil,
De vidro translúcido e de espuma,
E ali busquei, em solidão profunda,
Os ecos de quem já não tem voz ágil.
Falei-lhes dos meus versos, do meu hágil
Coração que em estrofes se consuma,
E as sombras, numa dança que perfuma,
Murmuraram: "Que sonho tão volágil,
Alma ingênua e ardente! Também nós
Cantamos com fervor em outras vós,
Mas tudo se desfez como neblina..."
Silenciaram as vozes do passado...
E desde então permaneço encantado
No meu castelo onde a dor se cristalina.
Marilândia
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