"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
quarta-feira, 4 de junho de 2025
COSTURANDO DIA 4 DE JUNHO
“Em dias que escorrem por veias abertas…”
Jô Tauil
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Sinto a alma ferida de saudade crua,
Como pétalas mortas que o vento carrega
Pelo chão da memória, fria e nua.
Ai, de mim, que vivo de dores in_certas!
Cada lágrima minha é uma lua
Que nasce e fenece em noites desertas,
Onde a solidão cruel perpetua.
Tenho os olhos vazios de tanto pranto,
As mãos trêmulas de tanto abraçar
O fantasma doído do meu encanto.
Que mal fiz eu ao destino cruel
Para assim me deixar, sem consolar,
Sangrando amores no papel?
Em cada verso que escrevo, morro
Um pouco mais da dor que me consome,
Como se fosse um lento, eterno socorro
Que jamais a ferida me some.
Sou mulher de todas as tristezas,
Recolho em mim a angústia do infinito,
E nas palavras verto as realezas
Do meu coração partido.
Assim vivo, assim morro, assim renasço
Na tinta que derrama minhas veias,
Eternamente presa neste laço
De dor e de beleza plasmados nas minhas alfaias
Marilândia
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