Fendas no Céu
Nas fendas do azul celeste me derramo,
Como pranto divino que descerra
Os segredos do alto. Nesta guerra
Entre o céu e minh'alma, ainda clamo.
Por entre nuvens rasgadas proclamo
Meu exílio sentido nesta terra.
O infinito me chama e me desterra,
Pelas frestas da luz que tanto amo.
Quem rasgou este véu que nos separa?
Quem abriu no firmamento estas janelas
Por onde a alma inquieta se prepara?
Quero ser como as fendas que, singelas,
Rompem a solidão da abóbada clara,
Para sangrar meu verso entre as estrelas.
Marilândia
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