JARDIM DA ALMA
Nas asas do vento que traz Primavera, Renasço qual fênix de cinzas antigas, Liberto-me enfim das correntes amigas Que outrora me prendiam à espera. No jardim da alma, onde a dor prospera, Brotam novos sonhos entre urtigas, São pétalas soltas, memórias mendiga Que o tempo transforma em nova quimera. Sou água que corre, que limpa e que lava, Sou força selvagem que antes chorava, Agora desperta em sublime ardor. Das lágrimas secas faço meu caminho, Teço nova trama, desfaço o espinho, Transmuto em beleza o antigo torpor. Na dança das horas que o tempo governa, Encontro a coragem que sempre dormia, Desperto em mim mesma uma nova energia, Que rompe as amarras da noite mais terna. Como ave liberta que enfim descobriu O dom de suas asas há tanto esquecido, Elevo-me além do que estava perdido, Abraço o presente que em mim ressurgiu. Sou hoje mais forte que ontem sonhei, Nas águas do tempo meu ser renovei, Já não sou aquela que um dia sofreu. Em cada manhã há um novo começo, Em cada respiro um novo amanheço, E neste renascer, enfim, sou eu.
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